O dia se espatifa: 2010

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A melhor resolução de todas

No post de final de ano do ano passado, defini para mim mesma, aos olhos do meu respeitável - e seletíssimo - público de 17 leitores, o objetivo de "seguir em frente". Nada de emagrecer, fazer exercícios, engravidar, voltar a estudar ou assistir a filmes iranianos para parecer mais culta. E sabe que deu certo?

2010 foi o ano em que eu percebi que tenho algum talento para dar aulas e, embora estivesse adorando a vida de professora na Unisinos, soube respeitar os meus limites e pedir para sair quando o cansaço estava demais. Foi também o ano em que o Márcio e eu compramos uma casa nova depois de 10 anos e renovamos a nossa intenção de seguir juntos, assinando um contrato de financiamento de 30 anos.

No ano que termina amanhã, descobri que precisava melhorar mais do que imaginava como pessoa, e voltei à terapia. Fiz novas amizades e busquei demonstrar melhor para as pessoas importantes da minha vida o quanto elas são necessárias. No processo, perdi uma pessoa muito querida, tive projetos há muito acalentados frustrados, não consegui ver todo mundo que queria todas as vezes que quis e outras frustrações mais. Mas foram reveses que só fizeram aumentar a gratidão pelas coisas boas.

Por isso, como não se mexe em time que está ganhando - ou ao menos não fazendo feio frente às adversidades -, deixo aqui a resolução para o 2011 que começa depois de amanhã: seguir em frente.

Um beijo e muita luz e paz a todos :-)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

De como (res)surge a saudade

Organizando as gavetas do trabalho para encontrar tudo organizado ao voltar no dia 27 das férias que começam amanhã, encontrei as fotos que tinha na minha mesa da redação do clicRBS, de onde saí em 2006. Duas delas mostravam o Bubi e o Floc juntos. Daí que eu então lembrei de quanta saudade o Floc deixou.

Fim de ano é assim, né? Anteontem foi dia de sentir saudade do pai, na o dia em que ele faria 63 anos. Consequentemente, deu saudade da vó que nos deixou no começo do ano e de todos os que não estão mais aqui se não na nossa lembrança.

Hoje, eu reli este post de mais de três anos atrás, sobre a morte do Floquinho e chorei de novo.

Quem mandou limpar as gavetas?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Yesterday

Textos de jornalistas, reportagens de diversas plataformas, posts, tweets e comentários de Facebook já disseram e mostraram tudo o que poderia ser dito e mostrado sobre o maravilhoso show que o maior dos beatles fez ontem em Porto Alegre. Mas por ter estado lá - e ainda estar sob efeito de toda aquela energia -, achei que precisava registrar um pouco do que senti por aqui. Foram três horas de espetáculo (e a palavra aqui se aplica em todo seu esplendor), mas eu queria muito, muito mais. Eu e todas as milhares de pessoas que custaram a arredar pé do Beira-Rio à meia-noite.

Paul McCartney não é deste mundo. E isso ficou claro ontem. As composições do homem cobrem uma gama de estilos musicais que vai do bolero ao rock pesado. E todos com excelência. Aos 68 anos, Sir Paul deixou a todos embasbacados com a vitalidade e a simpatia que esbanjou em cima do palco. Homenageou o John - meu quarto beatle preferido - e o George - o segundo, antes de Ringo. Something foi qualquer coisa de especial. A lembrança de George Harrison e a interpretação perfeita da banda de Macca me levaram as lágrimas pela primeira vez.

O choro veio forte com Yesterday, apesar de ela não estar entre as minhas canções preferidas. É que foi Yesterday a música que me introduziu ao maravilhoso mundo dos besouros de Liverpool. Era a favorita do meu pai, de quem herdei a coleção de fitas cassete com a discografia quase completa dos Beatles.

Os primeiros acordes de Eleanor Rigby foram catárticos. Foi naquele instante que me dei conta de que nunca mais - eu disse nunca - qualquer outro show seria capaz de superar aquilo tudo. Talvez apenas outro do próprio Paul, mas então não mais favorecido pelo fator "primeira vez".

Apesar do repertório (muito bem) escolhido a dedo, faltou muita coisa. Faltou, por exemplo, For No One, a música que inspirou o título original deste blog em 2003: The Day Breaks. E faltou Fool on the Hill. Mas esteve lá Live and Let Die, numa versão explosiva e impecável.

Sir Paul, many thanks indeed!

domingo, 24 de outubro de 2010

A vida é confusão, mas é duca

Primavera em Porto Alegre é sinônimo de dias luminosos, volta do calor, noites frescas e muita programação cultural. As pessoas saem mais às ruas, que ficam mais coloridas. Este domingo foi cheio de coisas boas e alegres que só fizeram reforçar essa impressão.

De manhã, teve café da manhã de despedida com os queridos cariocas Bernardo e Roberta, que hospedamos em casa desde quinta. Depois, um passeio pela Redenção, onde conferimos a feira de troca de livros promovida pela CLL e eu, depois de muitos anos, desfilei ostentando adesivos que declaravam meu voto a presidente. No almoço, estivemos entre os felizes comensais da feijoada feita pelo Felipe, na agradável companhia de Pedro, Mari e cia. À tarde, um pouco de trabalho, que não faz mal a ninguém, e uns minutinhos de descanso antes de partir para o ponto alto do final de semana.

Ao lado de um trio formado por mãe, tia e prima, assisti ao belíssimo espetáculo que encantou as centenas de pessoas que lotaram o teatro da reitoria da UFRGS. Nico Nicolaiewsky e Fernanda Takai eram os convidados especiais do Concertos Dana, com a orquestra da Ulbra, regida por Tiago Flores e participação especial do Pedro Verissimo.

O show teve direito a bis improvisado - um verdadeiro luxo, em tempos em que o bis já costuma estar no programa. Os três - Nico, Fernanda e Pedro - fizeram uma linda repetição de uma das músicas de que eu mais gosto do CD Onde está o amor, do Nico: A vida é confusão.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Quem procura acha... aqui?

Passou-se um mês desde o último levantamento e, afinal, chega o momento que todos estavam esperando! O post das buscas que trouxeram gente até aqui. Vamos, pois, ao momento oráculo de outubro.


cassia zanon - exato! ponto para você!


sapatilha chulé - chega a ser inacreditável a extensão do problema, tamanha a quantidade de vezes que esta busca aparece por aqui!


diquinha amiga +luis - serve uma diquinha inimiga?


futebol e politica não se discute - a não ser que estejamos todos do mesmo lado. inclusive fiz um post sobre isto.


como tirar chulé da sapatilha - olha, usar meia e talco, imagino que previna. mas quem sabe tu desiste de usar a sapatilha e compra umas havaianas?


"ficar é o novo ir" - depende pra onde, né?


praticando o desapego - faz bem.


ver çintas de senhora - çinto muito, mas não entendi o objetivo.


coisas aleatórias sobre ti - sobre mim? fofa, querida, expansiva, implicante, leitora voraz, geek... tá bom assim? ahhhh, era sobre TI! if, then, else, essas coisas? não entendo muito não.


o dia se espatifa - bingo!


gugol musicas tema da borboleta - oi? achou? agora me mostra o que é?


frases para alguem implicante - que tal... "deixa de ser implicante!" ou "como tu é implicante!" ou ainda "seu implicante!" e também o simples porém singelo " feio!"


jogos de iscala - iscala??? daqueles que çobem montanha?


blog como o tempo passa - passa, mesmo. mas é divertido ainda assim.


jogo de se espatifar no chao - não, menino! vai se machucar todo!


descobriu que tenho chule - quem? e fez o quê?


transar com ninfetas é crime pelas leis - É SIM!!!!


as tela vista baby - hahahahahahaha. esta é a minha preferida


sapatilha tom cruise - na verdade ele usa salto alto, né? #baixiiiinho


dizer que estÁ tudo bem - assim, ó: "está tudo bem".


minha sapatilha da chule - então compra uma de melhor qualidade!


falta de etiqueta no trabalho - é triste.


download livro "arquitetura da felicidade" - se descobrir onde tem, me avisa?


vendedor: alô, bom dia, poderia falar - não estou interessada, obrigada.


google.com anonimus gourmet porto alegre - tia, pede pro teu filho explicar como usa isso aqui, vai...


25 piores defeitos humanos - só 25???

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Da energia no trabalho

Apesar de ser uma leitora eclética e sem preconceitos, não curto  qualquer tipo de autoajuda - inclusive autoajuda corporativa. Há alguns anos, porém, traduzi para a Record um livro chamado Zona de Alta Frequência. Lembro pouco do conteúdo do livro, mas o pouco de que lembro falava sobre como equipes que estão em sintonia e trabalham com alta energia rendem mais. Nos últimos dias, tenho lembrado bastante desta tese do autor.

Isso porque a equipe do que convencionamos chamar aqui na RBS de "Fábrica de Sites", a área em que trabalho e que é constituída de gente das mais diversas áreas de formação divididas em equipes de produto, arte e TI, tem trabalhado num ritmo dos mais animados. São dezenas de projetos pequenos, médios, grandes e imensos em andamento - em paralelo -, e o pessoal encara cada uma das atividades como se fosse a mais importante.

Hoje, às 10h17, lançamos o novo clicRBS. Eu já tinha trabalhado na criação da capa anterior, em maio de 2008, e, como da outra vez, estou me sentindo triiiiiifeliz.

Como disse na época, em dias assim, eu gosto muito do meu trabalho.

Para saber mais e opinar, acessa este link aqui :-)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A NET se superando... de novo

Minhas experiências com a NET me irritam. Mas ao menos rendem posts.

Hoje, recebi um e-mail de uma empresa de cobrança para entrar em contato com eles pelo telefone tal – em SP. No telefone tal, mandaram ligar para outro telefone – em SP, no qual me informaram que eu tinha uma pendência de agosto de 2003, referente à minha assinatura da NET em São Paulo.

Detalhe: eu havia cancelado tal assinatura em abril de 2003 e, em agosto, já era assinante NET em Porto Alegre novamente. Fui orientada pela empresa de cobrança a ligar para a NET e contestar a comunicação.

Curiosidade: em 2008, a mesma NET tentara me cobrar uma fatura atrasada de abril de 2001 – referente à minha assinatura de Porto Alegre, que havia sido cancelada em janeiro de 2001. Em abril de 2001 eu era assinante NET em São Paulo. Na época, uma tia advogada me disse para não me estressar, já que dívidas com mais de cinco anos não podem ser cobradas.

Pergunta: quem paga os três telefonemas (dois interurbanos) que fiz hoje por conta disso?

sábado, 16 de outubro de 2010

Teste rapidinho

O bom de ter poucos e bons leitores é não incomodar muita gente ao fazer testes como este e ainda ser compreendida ;-)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Novidades, novidades, novidades

Estou virada. Nas últimas 48 horas, dormi menos de três. Mas valeu a pena. Foi para participar da trabalheira de uma equipe megablaster que tenho o prazer de integrar. Hoje eu estava longe na hora do vamos ver, mas agora faço este pequeno post para ajudá-los a testar a ferramenta nova.

Inseri esta mafaldinha faceira aí ao lado pra ver se a foto funciona.


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Religião, futebol e política


Quem me conhece bem sabe que eu pago para entrar numa boa discussão. E que muitas, muitas vezes dou o braço a torcer e mudo de ideia, de posição, de crença. E uma das convicções que tenho é de que somos capazes de mudar de tudo: de ideia, de posição, de crença, mas não podemos mudar de paixão. Por conta disso, eu tenho um adendo mental àquela máxima que diz que religião, futebol e política não se discute. Para mim, religião, futebol e política se discute, sim – desde que não haja paixão envolvida.



Porque a paixão emburrece, embrutece e nos torna impermeáveis - por vezes, até desrespeitosos em relação ao outro. Quem está apaixonado não será demovido de suas ideias, posições ou crenças a respeito do que provoca esse sentimento. Assim, fica aqui acordado da seguinte forma: a gente começa discutindo, trocando informações, argumentações e ideias. Se por acaso ficar evidente que de alguma das partes há paixão, escolhemos outro assunto. Trocando em miúdos, onde há paixão, mantemos a discussão no acessório, no que pode ser mudado.



Combinado?



*



Enfim... sou só eu que estou achando um exagero essa coisa de o "aborto" ter definido voto de muita gente? Ao ponto de a Dilma ir para o Jornal Nacional lembrar sua criação católica?


domingo, 3 de outubro de 2010

Eleição, esta marvada

Jornalismo é uma cachaça. Atire o primeiro bloco de anotações o jornalista que nunca se pegou pronunciando este lugar comum em algum momento da carreira, normalmente quando reclamava do salário (insuficiente) e da carga de trabalho (excessiva).



Hoje, depois de meses de trabalho no projeto do site de eleições e trabalhar durante horas na cobertura das eleições na redação do clicRBS/ZH.com, eu me dei conta de que, mesmo que não haja certeza de que o jornalismo seja esse vício todo, cobertura de eleições definitivamente é.



O problema é tomar o primeiro gole.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Se ficar o bicho pega, se chamar a brigada...

A pessoa tenta estacionar o carro na frente de um teatro de Porto Alegre em via pública. Desce do carro e é abordada pelo flanelinha:

- Bem cuidado aí, tia. Só deixa o pagamento antes, que quando tu sair eu não vou mais estar aqui.

A pessoa resolve não questionar o fato de que ele não tem direito de cobrar pagamento por coisa alguma nem a cara de pau de admitir que sequer vai esperar a hora da saída para "cuidar do carro" até então para não se incomodar. Estende uma nota de dois reais.

- Ah, não! Pode dar no mínimo cinco pilas. O melhor é dez.

!!!!!!!!!!

- Bá, amigo, não tenho mais nada, não.

- Então não vai deixar o carro aí, porque eu tô perdendo dinheiro.

A pessoa resolve não bater boca, mas, num misto de medo com a postura agressiva e indignação, dá meia volta e diz:

- Então deixa. Vou embora.

- Não. Agora deixa aí. Me dá esses dois pilas, então.

- Agora não.

- Vaca! Ordinária! Vagabunda!

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A pessoa sai da frente do teatro com o carro e para num posto do outro lado da rua. Liga para o 190 e explica ao brigadiano a situação.

- Moço, não é uma emergência, mas tem um flanelinha extorquindo dinheiro das pessoas e sendo agressivo.

- A senhora ainda está no local?

- Não, moço, fiquei com medo e saí de lá. Mas seria bom a brigada fazer alguma coisa, pois ele está tomando conta da via pública como se dele fosse.

- Ah, mas a Brigada só poderia ir se a senhora ainda estivesse no local.

A pessoa pensa que morre e não vê tudo nessa vida.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Das histórias que se misturam e o meu status de leitora incompetente

Nunca na história da minha vida - para parafrasear nosso estadista que se despede pero no mucho - consegui ler um livro por vez. Por quê, ó, senhor, por quê? O resultado disso é que frequentemente me pego sonhando sonhos que misturam enredos. Personagens de ficção interagem com narradores de autobiografias, romances que começam num chick-lit terminam num ensaio sobre tradução, crônicas de costumes norte-americanas invadem sem pudor a saga de irmãs chinesas sem nome.



Será que vem daí minha total, eterna e histórica incapacidade de citar trechos de memória, reconhecer autores por uma única frase ou relembrar ipsis litteris o começo inesquecível de algum texto, como tão bem faz o Todoprosa Sérgio Rodrigues? Deve estar aí também a origem da minha absoluta incompetência para creditar espontaneamente argumentos alheios em argumentos próprios. Confesso: tenho a sensação presunçosa de que, lido o argumento e absorvido pelas minhas sinapses, ele passa a ser meu também.



Olho agora para a pilha na minha mesa de cabeceira e a fileira na estante dos livros catalogados mentalmente como "em processo de leitura" ou "a ler" e me dou conta de que definitivamente não vai dar tempo. Principalmente ao pensar naqueles que estão ao meu redor, ainda esperando o momento de entrar em alguma dessas filas.



Antes que o querido leitor se pergunte, tem propósito nenhum este post, não. Só um pequeno desabafo provocado pela indecisão que me impede de ir logo deitar: qual livro ler hoje antes de dormir?



Ler ou não ler - ou o que ler?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A NET, essa musa inspiradora

Tenho uns truques sujos no que diz respeito a inspiração para posts para este humilde. Alguns ativos -como ver o que as pessoas andam buscando para chegar até aqui -, outros passivos. O truque de hoje se encaixa na segunda categoria. Eu me aproveito das ligações esquizofrênicas de telemarketing que recebo. E dentre essas, a NET se destaca. Sempre.



Toca o celular. "Número desconhecido." Pode ser da RBS, melhor atender.



- Senhora Cássia?



- Sim.



- Boa tarde. Aqui é da NET Serviços, tudo bem com a senhora?



Estou em cima da hora para uma reunião. Não vai rolar.



- Tudo.



- Então, dona Cássia, estou lhe ligando para estar lhe falando a respeito de benefícios a que a senhora, como cliente antiga da NET tem direito.



Estou louca ou ela ligou para o meu celular e não perguntou se eu podia falar naquele momento?



- Ah, querida, eu não posso falar agora, estou entrando numa reunião.



- Em que outro horário eu posso estar ligando, senhora Cássia?



- Tu vais me oferecer algum produto?



- Na verdade não é produto, senhora Cássia, mas benefícios da NET.



- E esses benefícios são de graça?



- Como assim, senhora Cássia?



- Os benefícios vão me custar quanto na fatura da NET?



- Aí depende dos benefícios que a senhora escolher.



Oi?!?



- Ah, então deixa, querida. Eu não tenho interesse. Obrigada.



- Mas, dona Cássia, a senhora não usa Internet?



- Sim, mas eu estou satisfeita com o meu plano de internet, obrigada.



- Mas a senhora não quer nem saber dos benefícios?



Pensando na reunião, começo a perder a paciência.



- Não, obrigada. Além disso, eu prefiro ter o mínimo de contrato possível com a NET.



- Mas a senhora vai economizar dinheiro.



- Não, obrigada.



- Muito dinheiro.



Nossa? Será que a NET vai me dar o prêmio da Megasena?



- Eu realmente não estou interessada.



A moça adota um tom agressivo e desafiador:



- A senhora quer dizer que não quer economizar?



- Não é isso, mas eu realmente não tenho interesse.



O tom vira praticamente desaforado:



- A senhora está me dizendo que não gosta de economizar dinheiro?



Pronto. Acabou a paciência e estou oficialmente atrasada para a reunião.



- Não, querida, não gosto. Eu gosto de gastar bastante.



- Então tá, a senhora que sabe.



- Obrigada.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Quando gênios se encontram

Meu filme preferido em toda a vida: Era uma vez na América, do Sergio Leone. Com Robert de Niro. Trilha sonora do mestre Ennio Morricone. Hoje, numa sessão nostalgia por e-mail, minha querida Tia Rita me fez lembrar deste filme lindo. E desta música igualmente belíssima. Um encontro de gênios que marcou a minha adolescência e que vi mais vezes até do que O Poderoso Chefão.



[youtube http://www.youtube.com/watch?v=28iIvH4ezU4&fs=1&hl=pt_BR]

domingo, 26 de setembro de 2010

O que se faz em 15 anos?

Amanhã faz 15 anos que o Márcio e eu saímos juntos pela primeira vez. Pouco depois das 19h de 27 de setembro de 1995, aceitei fazer um lanche com ele no McDonald's da Silva Só com a Ipiranga depois de um dia de trabalho na TV para continuar a conversa sobre música e cinema que começamos na redação. De lá para cá, é bem provável que não tenhamos passado mais do que 60 dias sem nos vermos pessoalmente - incluindo as poucas viagens que fizemos separados. É absolutamente certo que não ficamos mais do que cinco dias sem ao menos nos falarmos por telefone ou trocarmos um e-mail. Confesso que, agora, ao fazer esse levantamento mentalmente, fiquei um pouco assustada até.



Nesta semana que começa amanhã, cada dia será a celebração dos 15 anos de uma primeira vez. A primeira saída juntos. O primeiro jogo do Inter. O primeiro beijo. O primeiro desentendimento. Eu tinha 21 anos, ele, 28. Eu era estudante de jornalismo, e meu pai ainda era vivo. Ele trabalhava na RBS TV depois de uma temporada no Jornal do Brasil e uma passagem anterior pela Zero Hora - o que o transformava num ser absolutamente experiente aos meus olhos. Eu não sabia o que esperar da minha vida profissional, e ele esperava que a dele desse uma guinada. Eu demorei um pouco para gostar dele, mas depois da terceira hora conversando, vi que poderia ficar com ele para sempre. Ele gostou de mim de cara, mas só se convenceu de que queria me namorar três meses depois.



De lá pra cá, foram centenas de passeios pelas ruas de Porto Alegre, Gramado, Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires, Montevidéu, Lisboa, Porto, Recife, Vigo, Paris. Foram incontáveis restaurantes, bares, lanchonetes, cafés, delicatessens, supermercados e quaisquer lugares com boa comida e boa bebida. Os bifes mal cortados e esturricados e as massas além do ponto com manteiga demais do começo deram lugar a pratos triviais - ouso dizer - impecáveis e churrascos muito bem feitos. Somando, imagino que tenhamos ganhado e perdido e ganhado e perdido 40 quilos.



Pilhas de fotos impressas e gigabytes de imagens digitais registram mais de 30 festas de aniversário, vários almoços e jantares, festas juninas e quetais reunindo amigos queridos que vieram e foram, foram e voltaram, vieram e ficaram, cada um deles deixando uma marca no nosso caminho. Amigos que tiveram filhos, que curtimos desde bebês e que agora entram na adolescência. Perdemos pessoas queridas juntos. Passamos por belos sufocos e vivemos lindas voltas por cima. Tivemos dois cães especiais, um deles ainda conosco. Fizemos grandes amigos. Formamos famílias paralelas às nossas famílias de sangue.



Tivemos juntos quase uma dezena de empregos. Escrevemos para diferentes lugares e nos arriscamos em atividades diferentes da original. Compramos duas casas. A segunda, vendendo a primeira. Fizemos cinco mudanças. Fomos para São Paulo e voltamos. Agora, plantamos uma horta e uma bergamoteira. Ainda não escrevemos um livro, mas fizemos uma matéria a quatro mãos em 2009 e editamos um vídeo sobre o Tom Jobim nos idos de 1996. Planejamos o filho que ainda não veio há quatro anos. Confiamos que virá. O quarto dele, pelo menos, já está reservado.



Juntos, vimos o Internacional ser campeão de tudo, depois de quase cair para a segunda divisão. Assistimos a um sem número de filmes - muitos deles incontáveis vezes, para meu desespero. Brigamos muito pelas músicas do Emílio Santiago que ele insiste em ouvir perto de mim, mas também aproveitamos os 90% de gosto em comum para cantar, cantarolar, dançar. Lemos centenas de livros, revistas, jornais. Acumulamos boa parte deles em estantes que quadruplicaram em quantidade e tamanho. Quando começamos, ocupávamos cada qual um quarto nas casas dos pais. Estamos bem mais espalhados.



Datas redondas fazem a gente pensar. Repensar. Aos 15 anos, meninas são "apresentadas" à sociedade, num ritual cafona chamado "debu". Por essa lógica, o Márcio e eu estamos debutando na vida juntos. Então, agora eu nos reapresento formalmente à sociedade. Cássia e Márcio, juntos há 15 anos e com um financiamento imobiliário de 30 pela frente, muito prazer.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Superego, chulé e felicidade - das buscas que me divertem

Não tenho sobre o que escrever? Meus problemas sempre acabam quando dou uma espiada nas buscas que têm trazido gente até este humilde. E os seres consultantes do grande oráculo gúgol não cessam de me espantar. Vamos então ao que rolou por aqui nos últimos 30 dias.
frases de implicancia - se tá querendo colar é porque a implicância não é genuína. implicâncias são belas geradoras de frases per se.
felicidade é - se descobrir, me conta?
fromspring.me - é FORMspring, criatura! e eu acho um saquinho, to be quite honest.
pontos que eu faco em cruz - como eu vou saber, se é tu quem faz?
www.fromspring.me - enquanto não mudar o que tá errado, vai continuar caindo aqui!
cassia zanon - presente!
o dia se espatifa - achou!
dona de casa - só nas horas vagas, obrigada.
sapatilha chulé - não tenho. o chulé, i mean. sapatilhas eu tenho. #adoro
cassia - yo!
frases sobre lixo - oi? era um tema de escola? que medo desses alunos de hoje, meu deus.
como tirar chule de sapatilha - no meu tempo tinha um talco chamado tênis pé baruel. não sei se funciona, mas, sei lá, tenta.
alain de botton - adoro. escrevi sobre ele algumas vezes por aqui, mas tô com preguiça de dar link neste momento.
etiqueta ao longo dos tempos - a teoria melhorou bastante, já a prática... dose...
frase de implicancia - no singular dá igual que no plural, viu?
chulé sapatilha - tá feia a coisa, hein, amiga?
carl hiaasen caça turistas - ótimo livro! achou já? não empresto, mas posso vender. caro :-p
cronica zaffari ricardo freire - achou? é muito bacana, mas não sei se ainda está na web :-(
significado de implicancia - (im.pli.cân.ci:a) sf. 1. Manifestação ou sensação de má vontade, de antipatia; BIRRA; CISMA; IMPLICAÇÃO: Tenho implicância com bajuladores. [ antôn.: Antôn.: empatia, simpatia. ] 2. Impertinência, provocação: Não cedeu o lugar por pura implicância. [F.: implicar + -ância] Tá lá no aulete.uol.com.br, o melhor dicionário de português de acesso livre online. #ficaadica
frases sobre chulé - sério??? pra quê, pelamor?
www.clicrbs.com.brcom.br - não, assim não vai rolar. tenta de novo: www.clicrbs.com.br.
fromspring - tu tá brincando comigo, né?
cameron diaz chulé - amiga, se ela tem chulé ou não não interessa! vai cuidar da tua sapatilha, que é melhor...
www.semprefeliz,com.br - só se o ser for idiota, né? ou estiver sempre chapado... tira a vírgula e vê se funciona.
como tirar chulé de sapatilhas - a esta altura tu já descobriu? já pensou em botar fora?
paco sanchez - querido! baita professor! me acho só por ter tido aulas com ele...
cronica de ferias humoristica - problema com plurais, we have?
dialogos comidas - pode desenvolver melhor? diálogos sobre comida? diálogos com comida? diálogos depois da comida?
frase de sapatilha - hahahaha
borboletas no estomago - azar, eu curto
denise fraga penelope cruz - ainda vou usar essas buscas como prova científica de que, sim, as duas foram separadas no nascimento. só que uma tem um cabeleireiro melhor...
sapatilha da chule - dá! tu ainda não percebeu? compra sandália! ou usa com meia de algodão, quem sabe?
porto alegre melhor lugar para se ficar - eu curto a minha casa.
querido diário de agosto dia 12 - oi?
o dia 1 - é o primeiro dia do mês
crônica de cada escolha uma renúncia - verdade. não fiz uma crônica sobre isso, mas concordo.
e obrigatorio ter razão social - obrigatório não é, mas ajuda, né?
autores de filmes - quais? meus preferidos são italianos, judeus ou descendentes.
melissa x chulé - que fixação!
chulé de sapatilha - vou transformar o blog em um blog temático: sapatilha se espatifa.
reciclar é preciso livro - depende do livro. tem coisa que eu não dou, não empresto e não troco, sorry.
o'que quer dizer as tela vista baby - hahahahahaha! eu me divirto...
o que é falta de etiqueta - é grosseria, falta de noção... entendeu?
sapatilhas sao chule - não, não é bem assim. uma coisa é uma coisa, outra coisa... bom, outra coisa fede.
vizinhos indecentes - ui! me conta!
blog super ego - duas coisas meio contraditórias. se meu superego funcionasse direito, provavelmente eu não teria este blog. mas, enfim.

domingo, 19 de setembro de 2010

A dieta da leveza

É tão fácil estar feliz, pensei várias vezes com o botão da minha calça jeans, ontem, durante o dia, enquanto amigos queridos conversavam ao redor da mesa sobre nada importante, enquanto ríamos das piadas de sempre e aproveitávamos a companhia uns dos outros com o sol brilhando pela janela. Durante todo este fim de semana, pedi mentalmente que essa a que estou sentindo por esses dias não deixe de me acompanhar por um instante sequer. Mas, infelizmente, não tem como ser exatamente assim.



A morte do pai de um amigo, mal-entendidos com pessoas importantes, tristezas alheias, frustrações que volta e meia nos assombram funcionam como uma corrente de minichoques de realidade a nos despertar da ideia romântica de que as coisas podem ser mais fáceis. Só que, neste momento, peço licença aos queridos leitores e ao pessimismo que insiste em me incomodar para decidir: declaro instaurada a "dieta da leveza". Tudo o que pesar demais no coração será tratado com a atenção e o cuidado devidos, nem mais, nem menos.



E um bom começo de semana para vocês também! ;-)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O tempo passa, o tempo voa...

... e eu, antes de começar a escrever, me pergunto que fim levou o barbudo da propaganda do Bamerindus.



Quase dois meses sem passar por aqui. E não que eu não tenha nada a dizer, pelo contrário. De 26 de julho pra cá, assinamos um contrato de financiamento imobiliário de 30 anos, usei os limites dos meus cartões de crédito parcelando material de construção,  finalizamos uma obra, fiz a 14ª mudança da minha vida e depois de muitas caixas abertas, muitas espanações, muitas doações de objetos e roupas que podem servir melhor a outras pessoas do que a mim, estou aqui sentada no meu novo escritório, de frente para o Márcio, pensando em quantas coisas ainda queremos fazer.



Em julho, eu havia retomado a publicação de posts. Como de costume, não havia qualquer intenção de gerar relevância ou reflexões importantes, apenas uma maneira de me conectar com meus poucos porém qualificadíssimos  leitores e de ter um registro divertido para, daqui a um tempo, lembrar do que me vinha ocorrendo. Porque, sim, eu ainda acredito no "blog" como um diário, um registro, uma marca. Deixei de registrar, por exemplo, várias coisas bacanas que rolaram e estão rolando na firma e perdi o timing.



Porque este blog é um pouco o meu jeito de cumprir parte do que determina a sabedoria popular sobre realização pessoal: plantar uma árvore, escrever um livro, ter um filho. Enquanto não escrevo meu livro, fico deixando minhas mal digitadas linhas por aqui. A árvore, plantei há três semanas no jardim da casa nova - uma bergamoteira, a Maricota. O filho? Espero do fundo do coração que venha quando estiver pronto para vir.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Jogo de se espatifar, sapatilha com chulé e mais buscas que trouxeramgente até aqui

Mais de dois meses se passaram, e chega o momento de fazer um novo levantamento das buscas que trouxeram internautas (incautos ou não) até este humilde. Vamos às respostas da vez.

samantha gailey depoimento completo em português - não tem aqui. mas já que puxaram o assunto, eu gostei de o polanski ter sido libertado. #prontofalei
como fico sabendo se uma pessoa É cadastrada - onde? independentemente... não sei.
jornalista rbs colorada gaucha - presente! embora eu ache que tenha muitas outras qualidades e defeitos que me identifiquem além desses.
frases sobre educação - oi? tentando colar para um trabalho de pedagogia ou é impressão minha?
sapatilha de plastico popular - bá, não recomendo. deve dar muito chulé.
frases de implicancia a homem - tenho muitas. mas procuro reservá-las aos dias de TPM.
arquivo by cobaia - oi?
dave eggers histórias curtíssimas - tem isso é? não li. dele, recomendo fortemente Uma comovente história de espantoso talento, sobre o qual ainda escreverei um dia.
praticando o desapego - sempre. infelizmente, nem sempre com sucesso.
como fazer uma melissa dar de si? - pedindo com jeitinho, de repente?
como tirar chulé sapatilha - jogando ela no lixo e comprando uma nova?
carnaval iscala rio - não intendi a pergunta
jogo de se espatifar - não conheço. mas não me convida pra jogar, por favor... #medo
Felicidade é quando o último canapé da bandeja sobra para você. - Bem disse o Luis Fernando Verissimo na crônica pra qual eu dei link aqui
denise fraga penelope cruz - sim, sim, também acho iguais. cansei de dizer.
cronicas sempre feliz com voçe - com voçê, eu não çei...
home lenoxx ht 718 reclamação - pra mim não reclamaram, não
+denise+fraga+penelope+cruz - idênticas!
eu não quero mais blog - então termina com ele, ora!
frases implicantes - tenho muitas. confere na categoria "implicâncias implicantes"
como ganham os vendedores de emprestimos - enganando os coitados que tiram os empréstimos.
menino do pijama listrado corby - lindo livro! não vi o filme.
música bonita - uma só?
não quero ter razão quero ser feliz - bem o disse o maior poeta brasileiro vivo: ferreira gullar
idéias de tweets - vai inventar os teus!
como fazer buscas no google - acesse www.google.com e digite a busca no campo de busca :-)
arquitetura da felicidade 500 dias com ela - sim, escrevi sobre os dois aqui
aste la vista baby significado - hahahaha. de novo?
calçados de plastico dão chulé??? - que que tu acha? (melissa não dá, incrivelmente...)
terapia x criatividade - parece que a terapia ganhou a partida. triste, mas é a realidade.

Da (falta de) etiqueta nos novos tempos

Atire a primeira pedra o vendedor que, num dia mal humorado, não tenha pensado que seu trabalho seria muito mais fácil se não fossem os compradores, ou o psiquiatra que nunca tenha desejado - ainda que por um instante - o extermínio de todos os pacientes da face da terra. E não vou ser hipócrita de dizer que jornalista também não pensa de vez em quando que a vida seria mais simples se não fosse o leitor/telespectador/ouvinte/internauta e que professor não sonha um dia ter uma sala de aula sem alunos, só para variar.



Essa injustiça absoluta contra a figura genérica do cliente  - de qualquer tipo que seja - se deve, evidentemente, aos maus clientes. Aos malas, mal educados, prepotentes, obtusos, arrogantes e, em maior número e grau, os sem noção. Ninguém mais discute que ouvir o que o cliente tem a dizer e agir em relação a isso precisa ser o objetivo primeiro de qualquer profissional em qualquer área. Mas o trabalho de todos seria muito mais tranquilo se os clientes também atentassem para regras básicas de civilidade.



Toda essa introdução é porque ontem, em dado momento do show do Jorge Drexler, eu pensei que ele talvez tenha esperado - por um milésimo de segundo que fosse - que parte da plateia que lotava o teatro do Bourbon Country evaporasse. O músico uruguaio é um fofo que desde sempre estimula o diálogo com o público ao longo de suas apresentações. Só que essa demonstração de sintonia com o "mundo 2.0" acaba o transformando em alguns instantes numa vítima daquelas criaturas que (1) parecem nunca ter ido a um show em teatro na vida, (2) vão a um espetáculo com a intenção de aparecer mais que o artista e/ou (3) nunca levaram uma palmada pedagógica quando necessário.



Como ontem não dava para identificar as criaturas e muito menos dar essas dicas a elas pessoalmente, preparei uma singela listinha de coisas que podem parecer rabugice, mas, na boa, são apenas regras básicas de convivência humana aplicadas a um espetáculo realizado em teatro com lugares marcados:




  • Vocês que ficaram pedindo músicas: o show é num teatro, não num bar, certo? Não peça músicas. Ao menos não insistentemente. Os artistas planejaram e ensaiaram o espetáculo para funcionar de uma certa forma. É chato!

  • Vocês que ficaram gritando "lindo" ao final de cada música: existe um limite para quantos gritos de "lindo!" e "gostoso!" e outras demonstrações de devoção feminina. Quando os berros atrapalham que se ouça as músicas, é porque o limite foi ultrapassado. Amigas, quem estava ali para ser visto e ouvido era o artista, não vocês, valeu?

  • Vocês que ficaram fazendo piadas "internas" com o artista: não tem graça. Ou só eu notei o constrangimento do coitado tentando "mudar de assunto"?

  • Vocês que ficaram filmando o show: eu me pergunto, pra quê? Pra que pagar o ingresso? Só pra postar um vídeo escuro com som péssimo no YouTube e mostrar pros amigos como vão a eventos e são descolados? O show estava bem bacana, mas acho que vocês não chegaram a ver ainda, né?

  • Vocês que ficaram tirando fotos com flash: devem ter ficado bacanas as imagens chapadas pelo flash das cabeças dos coitados da frente, hein? Além do mais, atrapalha.



Toda vez que vou a shows em teatros, vejo essas coisas acontecerem. E toda vez eu me incomodo com isso. Um amigo disse ontem que não tem mais volta, que são os novos tempos, e meio que me olhou como se eu fosse uma chata careta que desrespeita o direito dos outros de me desrespeitarem. Mas, puxa vida, será que os novos tempos estão mesmo fadados a serem um tempo em que desrespeitar o espaço dos outros é algo aceitável. Ou pior: um tempo em que indignar-se com essa deseducação é visto como intolerância e falta de capacidade de adaptação ao novo? Ainda mais considerando que, pelo menos por ora, essas criaturas felizmente são minoria.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Reciclar é preciso? Ou de quando tweets iam para o blog

Num momento insone, me dou conta de que este blog, ou seu primeiro antepassado, vá lá, tem mais de seis anos de existência. Funçando nos arquivos de cinco anos atrás, encontros dois pré-tweets que achei bacaninhas.



Máxima gramatical
Crase é como vírgula: melhor faltar do que sobrar. 
(Numa tentativa de fazer os colegas compartilharem da minha compreensão empírica da língua portuguesa.)



Máxima musical
Beatles é como Chico: a gente sabe que é bom, mas sempre que ouve se dá conta de que, POR*A, É BOM PRA CA*ALHO!

tom cruise + cameron diaz = eu ri

O roteiro é fraco e cheio de furos. As interpretações, canastras. Os diálogos, pra lá de clichês. E o Tom Cruise, bem, o Tom Cruise é o Tom Cruise - o que quer que isso signifique para o querido leitor. Mas, vai por mim, esquece a cientologia e toda a maluquice que a criatura faz com a pobre Suri (a começar pelo nome, por Deus) e te atira no Knight and Day - ou Encontro Explosivo, como queiram. Eu ri.



Acabo de voltar do cinema, onde caí de pára-quedas, sem saber xongas sobre o filme (não leio resenhas antes de ver ou ler blablabá, vocês conhecem a doida) escolhendo pelo horário e o espírito de "preciso me desligar do mundo".











O casal Tom Cruise e Cameron Diaz parece ter se divertido fazendo o filme, e a gente se diverte vendo aquele monte de cena "se é possível" emendada uma na outra. A Cameron? Eu ADORO que ela seja linda mesmo com acne e pareça ter os 37 anos que tem. E, cá entre nós, meninas, o Tom Cruise da tela em certos momentos lembra o bonitinho divertidíssimo de Negócio Arriscado. Parece até saber rir de si mesmo.









quinta-feira, 1 de julho de 2010

Do blog, do abandono do blog e uma rápida autoanálise

Eu poderia botar a culpa no Twitter. Ou na falta de tempo. Ou na falta de coisas interessantes a dizer. Mas a verdade é que nenhum dos três motivos - ou quaisquer outros que eu possa inventar - bastam para explicar por que o número de posts neste humilde tenha caído vertiginosamente desde o surgimento da sua primeira versão, em dezembro de 2003.



A verdade é que meu superego anda mais saidinho do que de costume. E eu me pego pensando duas ou mais vezes antes de abrir a caixa de post. Antes não me incomodava tanto ocupar pixels e banda com minhas banalidades, mas, ultimamente, incomoda. Será o fato de eu já estar mais para os 40 do que para os 30?



Esta semana participei do Gauchão de Literatura, "apitando" uma disputa entre dois livros de contos de escritores gaúchos. Nos comentários, críticas ao tamanho (pequeno) e à profundidade (rasa) da minha análise. Cheguei a cogitar de me explicar, de argumentar que escrevi o que me foi pedido e que não me arvoro especialista em literatura, apesar de ser leitora compulsiva, mas desisti. Qual o sentido de tentar convencer alguém de algo que ele já decidiu que não quer ser convencido? Daí que resolvi tratar do assunto aqui, nos meus domínios, com a profundidade que me dá na telha (rasa).



"Se beber, não tuíte", diz o já popular ditado. E eu acrescento: "se estiver com sono, não poste". Mas, quer saber? Se eu não estivesse com sono e com vontade de abrir o coração neste instante em que digito, este pobre blog seguiria abandonado. Apelemos então a mais uma máxima, para que eu volte, enfim, a postar, independentemente do que os outros vão pensar: "se não gostou, não leia".

sábado, 19 de junho de 2010

A viagem de um tweet meu até a Galícia

Em 1996, fui uma das alunas do curso de jornalismo aplicado da RBS. Éramos cerca de 30 jornalistas recém-formados - entre os quais muitos que são amigos e/ou colegas até hoje - premiados com excelentes professores sobre vários temas relacionados com o dia a dia de uma redação. Um dos grandes professores era o Paco Sanchez, uma unanimidade no grupo.



Todo esse nariz de cêra só para os queridos 17 entenderem por que fiquei tão feliz ontem ao receber uma mensagem do Paco dizendo que iria usar um tweet que postei sobre a morte do Saramago numa "columnita" dele no jornal La Voz de Galicia. E mais feliz ainda ao ver palavras minhas efetivamente publicadas num periódico da linda terra dos antepassados do meu marido num belo texto dele sobre a morte do escritor português.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Brasileiros somos geniais

A primeira vez que lembro de uma hashtag brasileira entrar para os "trending topics" mundiais do Twitter foi com #zémayerfacts. Agora, estamos liderando os "trending topics" desde ontem com o genialmente mantido #calabocagalvão.



Vale MUITO a pena acompanhar os tweets superespirituosos que estão rolando por lá, do tipo:



calaboocagalvao A Globo mandou o Galvão pra África para mostrar aos Africanos que existe coisa pior que a fome! CALA BOCA GALVAO



andre_conti GALVAO is a very rare bird in Brazil. CALA BOCA means SAVE, the brazilians are very sad because lots of GALVAOS die everyday.



natyyamada O Twitter é de graça; Digitar é de graça; Ler é de graça; Ver o mundo se perguntando "Who isCALA BOCA GALVAO#NãoTemPreço



calaboocagalvao CALA BOCA GALVAO vai entrar pro Guiness Book como a maior piada interna de um país inteiro. E o mundo inteiro caindo!

domingo, 6 de junho de 2010

Comer, beber, passear: da beleza da vidinha besta

Fazer planos é muito bom. Fundamental, até. Comprar uma casa nova. Ter um filho. Viajar. Fazer um mestrado. São todos objetivos muito nobres e relevantes, mas, ao fim e ao cabo, é de finais de semana como este que começa a chegar ao fim que é feita a vida. De uma sucessão de pequenos momentos agradáveis e iluminados que acabam por produzir a maior parte da nossa existência. De cenas e diálogos que muitíssimo provavelmente não constariam dos filmes que contariam as nossas vidas. Na falta, portanto, de algo emocionante para encher os pixels que me cabem neste latifúndio, compartilho com os queridos 17 os lugares e links e atividades das últimas 36 horas, num legítimo representante dos posts "who cares?" que grassam no ciberespaço.



O sábado começou meio encoberto na zona sul de Porto Alegre, o que adiou o despertar originalmente planejado para as 8h para as 9h. Perto das 10, Márcio, Bubi e eu saímos rumo ao já tradicional café da manhã com clima carioca na padaria Bassani, onde o atendimento é sempre dos mais queridos, o que ajuda a começar o dia com bom humor. Dois cortados, dois sanduíches farroupilha (manteiga, presunto e queijo) e um suco de laranja depois, caminhada pela Vila Assunção com o cusco.



Em seguida, um pit-stop no Costi para comprar cervejas, vinhos, azeites, patês e outros itens essenciais. Próxima parada: o sempre surpreendente Mercado Público. Almoço no Gambrinus sem invenção no pedido: pãozinho com manteiga, caipirinha de cachaça, linguado grelhado com batata a vapor e molho de manteiga e alcaparras e salada de frutas com nata batida da Banca 40 de sobremesa. Café e chá na Casa de Pelotas, com vista para a prefeitura. Antes de seguir viagem, compras de "víveres". Muitos. Garantindo tranquilamente o estoque de frios, pão, frutas e quetais pelos próximos dias.



Com sede - e um dia lindo, lindo -, decidimos dar uma caminhada pelo Moinhos de Vento e tomar um suco antes de voltar para casa e ver o excelente e impressionante A Onda, dica quentíssima do querido Pedro Gonzaga, depois de consumir parte das delícias adquiridas à tarde (azeitonas gregas, pistache, copa e queijo entroutras).



O domingo já acordou ensolarado, convidando a uma caminhada de uma hora pela orla do Guaíba (que hoje chamam lago e para mim sempre será rio). E depois? Almoço em família na Pastoriza, café e conversa em casa com as deliciosas tortas do Machry, e leitura da Casa & Jardim que chegou hoje - porque fazer planos também faz parte da rotina.



E foi isso. Agora, baterias recarregadas, escrevo este postezinho básico para ficar de registro antes de começar a trabalhar na tradução em curso enquanto entreouço as "emoções" dos jogos da dupla Gre-Nal no Brasileirão.



Não sei quanto a vocês, mas eu curto esta vidinha besta.



Boa semana a todos :-)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Da arte de fazer buscas no Google e as tela vista, baby

Todo mundo sabe fazer uma busca no Google, certo? Errado! Todo mundo ACHA que sabe fazer uma busca no Google. A verdade é que as criaturas realmente acham que o Google é um oráculo. Até funciona como tal às vezes, mas, se a gente ajuda com um pouquinhozinho de cérebro, os resultados saem muito melhores.

Dito isto, façamos mais uma rodada de respostas a buscas que trouxeram gente para cá – em muitos casos, sabe Deus por quê. Avisando que hoje eu não tô boa. Azedume mode on.

labaredas musica cat stevens - oi? onde tem isso?
borboletas no estomago - minha barriga anda um borboletário. mas estômago não perdeu o acento...
nome raniellen significa o que - falta de noção dos pais? olha, não sei, mas dá vontade de pegar um lenço de papel.
o que é felicidade para você - nossa, sei lá, mil transas.
reforma ortográfica veríssimo - mesmo antes da reforma, verissimo já era sem acento.
perguntas para o fromspring - ele não responde nada, não. e é fORmspring.
como desvaziar um cartao para o computador - sempre achei que DESvaziar é muito mais do que esvaziar. mas acho que isso pode danificar o cartão.
sopa do amor do anonymus gourmet - existe isso? o que vai na receita?
fomos a feira do livro - que bom pra vocês! no ano passado eu não fui. sei lá, não rolou.
vida urgente simbolo borboleta na faixa - significa que alguém morreu naquele lugar. mas eu sigo achando que as pessoas precisariam fazer um teste de direção antes de ter o direito de colarem adesivos da campanha em seus carros
john krasinski - fofo ele, né?
me empresta seu ombro - putz, sério? do jeito que andam as coisas, eu alugo, e olhe lá.
videos videos de gentes se espatifando - credo!
nifenta de 15 anos - o que seria uma nifenta??? não tem aqui, não.
felicidade e ter alguem pra cocar as suas costas - baixar as expectativas sempre é bom, mas aconselho a procurar mais da vida.
blogger geração y - ih, não. da geração y eu sou só vítima...
sinopse da musica azedume - como é uma sinopse de uma música. e que música é esta?
blog cassia zanon - achou!
de noticia e mão noticia se faz uma cronica - oi?
chule sapatilha de plastico - depende da sapatilha. as da melissa descobri que realmente não dão. #reclame
o que significa as tela vista baby - hahahahahahahahahahahaha! a-d-o-r-e-i! mas não sei. :-)
clicrbs.co.br - coM, coM
sexocomgarotinhas - olha que eu chamo o pessoal do SVU!!!
frases implicançias - implicância é o que eu çinto por quem não çabe usar çedilha!
denise fraga penelope cruz - eu digo... são IDÊNTICAS!
porque o aeroporto de porto alegre sempre fecha - por causa da neblina.
trabalho vai-te embora - mas deixa o salário aqui!

sábado, 17 de abril de 2010

Segurando as raízes no lugar

A reportagem especial da Zero Hora de hoje fala sobre "o valor de quem fica no Sul". Daí lembrei que no ano passado eu tinha escrito um post argumentando justamente por que ficar em Porto Alegre. Relendo meu post oito meses depois, vi que sigo pensando da mesma maneira. E me dei conta de que ficar é mais do que um ato de acomodação e escolha pelo mais confortável. Ficar é um ato de perseverança, de vontade de evitar que o Rio Grande do Sul acabe repetindo o querido Uruguai - com mais gente morando fora do que lá.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ofertas indecentes, vendedores insistentes

O telemarketing ativo esteve inspirado comigo na última semana. Tão absurdamente inspirado que começo a achar que tem uma câmera me seguindo para algum programa de pegadinha.



Caso 1



A NET, sempre a NET.



- Sra. Cássia Zanon?



- Sim.



- Como a senhora é uma cliente antiga e fiel da NET, desde 2003, terá a oportunidade de instalar NET digital inteiramente de graça na sua residência.



- De graça?



- Sim, senhora, não será necessário pagar nem o aparelho nem a instalação. E a senhora ainda ganha 24 (acho que eram 24) canais extras e contará com a qualidade da imagem em alta definição. A senhora tem TV de tela plana?



- Sim.



- Então, a senhora poderá contar com uma excelente qualidade de imagem. Vamos marcar a visita do técnico?



- Quanto isso vai me custar por mês?



- Apenas mais R$ XX (não lembro o valor).



- Quais são os canais extras? Você pode me dizer?



- Canais de excelente qualidade, da Globosat, além de ter a possibilidade de comprar programas do pay per view direto do aparelho.



- Então os filmes em HD não estão incluídos na mensalidade?



- Não, senhora, eles são comprados a parte.



- Ah, então não quero não, obrigada.



- Mas, senhora, a senhora terá vários canais com excelente qualidade de imagem.



- Querida, eu não quero ver novela da Globo e Pânico na TV em alta definição. Sinceramente, não dou muita importância pra essa diferença de qualidade.



- Mas tem diferença, senhora. (Visivelmente irritada com a minha ignorância.)



- Eu sei que há, mas não é algo importante para mim.



- ...



- Alô?



- Mas, senhora, a qualidade de imagem é excepcional. A senhora não vai se arrepender.



- Não, querida. Obrigada.



Caso 3



Santander, louvando a grande cliente que sou, me oferece a oportunidade irrecusável de fazer um empréstimos para realizar um sonho.



- Qual a taxa de juros?



- 4,9% ao mês, senhora.



- Não, obrigada.



- Mas, senhora, a senhora pode realizar um sonho, comprar um presente para a senhora.



- A 4,9% ao mês eu vou é realizar uma dívida absurda, querida.



- Mas, pense bem, a senhora pode usar o dinheiro para fazer um investimento.



- Que investimento eu posso fazer que vá render mais de 4,9% ao mês?



- ...



- Alô?



- Bom, senhora, a senhora pode comprar uma casa.



- (!!!!!!!!!) Se eu consigo um financiamento imobiliário com juros de 10% ao ano, por que eu faria um empréstimo a 4,9% ao mês?



- Mas, senhora, a senhora pode realizar um sonho.



- Obrigada querida, mas não.



Caso 2



Vivo me oferece a possibilidade de "ganhar" 50 minutos por mês a apenas R$ 0,19 com ligações para telefones fixos.



- Mas e se eu não estourar os 200 minutos que já tenho contratado, os minutos que sobrarem valem para o mês seguinte?



- Os minutos não são cumulativos.



- Não, obrigada.



- Mas, senhora...



- Obrigada.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Implicâncias e outros tweets mais

políticos: NÃO postem ideias em vários tweets interdependentes. não faz sentido! sigam o exemplo do @joseserra_, twitteiro megablaster

















sou fã do @genetonmneto. mas "nitroglicerina pura" não é meio clichê demais, não?



RT @maurodorfman No Terra: "Diretor torcedor" expõe riscos do Twitter para empresas. - Não, senhor. Expõe riscos de idiotas para empresas. (@tiodino)





da minha lavra RT @dreyer83 "Com o passar do tempo a gente aprende a fingir ser adulto" #aMelhorFraseDoDia Via @cassiazanon





@ludtke fazendo falta no show do benito na #redencao





RT @ranchocarne Amém, irmão. RT @eduardo_egs: Porto Alegre: ficar é o novo ir. (a/c @ranchocarne)







RT @gustavoheldt Shakespeare usou 21 mil palavras diferentes em sua obra. 1,8 mil eram neologismos criados por ele. Imagina esse chato no Twitter.











#ff geek @abduzeedo @davewiner @GuyKawasaki @chrisbrogan@HuffPostTech @guardiantech @tdoria



RT @blogbicharada Abra seu coração e adote um cãozinho sem raça definida. Conheça a história do cão gaúcho Nícolas http://tinyurl.com/yb5wfk7





não poderia concordar mais RT @MarceloNovaes: The cult of busy - http://www.scottberkun.com/blog/2010/the-cult-of-busy/
via HootSuite



Está no ar o novo site Viagem, da RBS www.clicrbs.com.br/viagem





pensar no lula como secretário-geral da onu me faz lembrar direto do forrest gump #perigadarcerto









#FF eclético @evandromesquita @msoares @cristianodalcin@blogMatine @andrelmachado



você sabe como quitar um leasing de automóvel do banco do brasil? no banco já me deram sete versões diferentes. #pavordobancodobrasil