O dia se espatifa: maio 2007

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Pelo amor de Deus!

Basta eu dizer que não vou pintar por aqui por um tempo, que eu vejo esta maravilha no blog do Theo e sou obrigada a postar.

Olhem e tentem não babar.

Aviso aos navegantes

Com a blogueira atolada em Dashiell Hammett, as atividades deste estão suspensas por tempo indeterminado.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Máxima das oito

"Burro honesto pode. Canalha esperto tudo bem. Agora, canalha burro não pode. Não pode!"
Como não gostar de uma novela de Gilberto Braga?

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Questão de ponto de vista

Eis que hoje, caminhando com os cães de manhã junto com a Célia, nossa fiel escudeira, recebo a notícia: "A secadora quebrou de novo". Qualquer porto-alegrense sabe que inverno em Porto Alegre sem secadora de roupas é sinônimo de toalhas e lençóis (além de algumas peças de roupa) com cheiro de cachorro molhado. Ou então um período de duas semanas (ok, estou exagerando um pouco) entre o dia em que se lavou uma camisa e o dia em que finalmente ela atingiu o ponto de "secura" mínimo para encarar um ferro de passar.

Considerada a situação supracitada, imediatamente acrescentei no orçamento mental (que anda numa fase da mais comovente pindaíba) uma parcela de até R$ 30 mensais para repor o dito aparelho. Consertar estava fora de cogitação, já que seria o quatro conserto, e da última vez o moço da assistência técnica comentou: "Uma dessas custa tão baratinho, moça". E esse mico eu não ia pagar de novo.

Para os meus amigos marqueteiros, vai daqui um alento. Nem estava mais pensando no assunto quando aterrissa no meu Gmail um e-mail do Magazine Luiza, alardeando uma promoção de muitos descontos. Não lembro mais quais eram os descontos, mas lembrei da secadora e resolvi comprar a outra de uma vez. Cabe aqui um elogio: o site é bem organizado, e o preço era o mais baixo em comparação com as outras lojas em que costumo comprar – Submarino, Americanas e Extra. Além disso, como fiz o cadastro no meu nome e a compra no cartão do Márcio, ligaram para confirmar os dados e foram gentis e rápidos.

Aí é que começa o problema. Encerrada a compra, descobri que estava participando de uma promoção. Adoro promoções, apesar de nunca ter ganhado nada. Só que agora acho que posso ganhar. Porque a tal promoção ameaça com uma ida ao programa do Faustão. Certo, não é para ser uma ameaça, mas eu fiquei com medo. Digam-me se vocês também não ficariam:
São 50 casas. É muita casa.

E os ganhadores recebem a chave no Domingão do Faustão, diretamente das mãos dele. Isso mesmo, os ganhadores participam do Domingão do Faustão.
Agora me digam: isso não parece uma ameaça?

Ô loco.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Cabulei

Não fui ontem ao Fronteiras do Pensamento. Excesso de trabalho, chuva fina, frio e a mais pura preguiça. Alguém aí sabe se perdi alguma coisa?

domingo, 20 de maio de 2007

Everybody just pretend to be normal, ok?

Com um atraso vergonhoso, digo, afinal, que Little Miss Sunshine foi um dos melhores filmes que já vi. Por todos os motivos que todo mundo já sabe e, no meu caso, pelo final em que chorei e ri na mesma intensidade, a frase do título deste post e a kombi, principalmente depois do defeito na buzina.

*

Fim de semana teve também Plano Perfeito, mais uma boa joint do Spike Lee, e o peguei-porque-precisava-não-pensar-um-pouco-não-encha Uma Noite no Museu.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Convicção

Ninguém me tira da cabeça que a pessoa que escolhe os modelitos da Fátima Bernardes para a bancada do JN não gosta dela. Na boa! Cada dia a musa do telejornalismo tupi aparece com um paletó pior que o outro. Deve ser inveja. Só pode.

O de hoje, por exemplo, era um cor-de-rosa glacê com franzidinhos no peito. Nem o melhor corpo do mundo fica elegante com aquilo.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Frase do dia

"Se melhorar, melhora", respondeu à pergunta de como vai a vida o meu querido amigo de pós-infância Luiz Antonio, que me apresentou a Tom Waits, Pink Floyd e à tese de que alguns de nós já nascemos velhos. Professor de filosofia na valorosa Manchester Paulista, ele acaba de entrar na blogosfera com um blog coletivo.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Para gostar de ler

Nunca entendi aquela série da Ática que nos obrigavam a ler no colégio. Mesmo pré-adolescente já achava pretensiosa demais a intenção de, com uma coleção de textos de autores consagrados, uma editora fazer alguém gostar de ler. Talvez a incompreensão se devesse ao fato de que gostar de ler, para mim, era como gostar de respirar. Não havia escolha.

Pois depois de terminar ontem As Penas do Ofício, do Sérgio Augusto, vi que alguns textos – como os dele – são, sim, capazes de conquistar novos leitores. Eu, pelo menos, saí da leitura uma leitora muito mais ávida, com uma lista enorme de novos títulos. É verdade que também me percebi ávida de muito mais coisas.

Porque o Sérgio faz isso: ele nos apresenta para tantas formas de arte e tantas manifestações culturais diferentes de um jeito tão saboroso, fluente e preciso que acabamos percebendo como estamos perdendo sem ler, ver, ouvir muito mais daquilo tudo de que ele fala. E ao escrever com elegância sem abrir mão da simplicidade, ele prova que conteúdo e inteligibilidade podem andar juntas. "Basta" que haja talento.

Freud explica?

Lições das palestras de Jean-Pierre Lebrun e Charles Melman:
  • Alguém precisa explicar para os conferencistas estrangeiros que tirar o fone de ouvido da tradução simultânea na hora de responder às perguntas ajuda horrores – ou ao menos implementar dois canais diferentes de tradução, para os pobres não ficarem ouvindo o que dizem numa língua que não compreendem
  • A Copesul podia abrir a mão e dar mais água para os palestrantes durante suas falas
  • Meu francês definitivamente está melhor do que eu imaginava
  • Preciso voltar à terapia

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Da memória e do cosmos

As palestras de hoje foram sobre assuntos que não costumam despertar o interesse desta que vos escreve. Mas o Iván Izquierdo e o Marcelo Gleiser compensaram essa falha da minha curiosidade intelectual com falas bem bacanas.

Sigo desinteressada pelos assuntos, though.

*

Ando sumida, eu sei. Mas o trabalho tem sido mais cansativo do que o normal. Ando lendo pouco. Vendo poucas coisas. Pensando em quase nada além de trabalho. Espero que essa fase meio gris termine esta semana, com o cumprimento de mais um dead line.

A ver.

terça-feira, 8 de maio de 2007

BHL

Na próxima encarnação, quero nascer francesa. E filósofa. Só para conviver mais de perto com gente como o Bernard-Henri Lévy, cuja palestra hoje foi uma das mais interessantes até agora.

Com os neurônios um pouco zonzos por causa do belo vinho tomado chez Mário e Dilza, peço licença para falar melhor sobre o que disse o homem, que mostra que senso de humor e seriedade podem caminhar perfeitamente juntos.

Azar, virei fã. Se alguém quiser me dar de presente o American Vertigo, não vou achar ruim.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Então eu me enchi de coragem...

... e dei um "mark all as read" no meu Google Reader. Voalá! Começo a semana com a sensação de não ter pendências na web.

Sorry, amigos blogueiros que eu não leio há tempos, mas aquele monte de coisa pendurada estava começando a pesar.

As notícias... buenas, essas eu sei que se repetem.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Falou e disse

O artigo abaixo, que está na Folha de S. Paulo de hoje, é uma boa ilustração de por que eu não li um livro sequer do Paulo Coelho, provavelmente não lerei um livro do Paulo Coelho nesta encarnação, mas sou fã do Paulo Coelho.
O que é "contexto desfavorável"?

PAULO COELHO

Tenho uma grande admiração por Roberto Carlos - recentemente, um dos mais importantes programas da BBC Radio me perguntou a lista de cinco discos que eu levaria para uma ilha deserta, e incluí um dos seus. E, apesar dos problemas normais decorrentes de uma relação profissional, tenho um grande respeito pela editora Planeta, que publica minhas obras no Brasil e em vários países de língua espanhola.

Dito isso, é com grande tristeza que leio nos jornais que, na 20ª Vara Criminal da Barra Funda, em São Paulo, os advogados do cantor Roberto Carlos e da editora Planeta fizeram um acordo que prevê a interrupção definitiva da produção e comercialização da biografia não-autorizada "Roberto Carlos em Detalhes", do jornalista e historiador Paulo Cesar Araújo. O editor diz um disparate para salvar a honra, o cantor não diz nada e o autor fica proibido de dar declarações a respeito. E estamos conversados.
Estamos conversados? Não, não estamos, e tenho autoridade para dizer isso. Tenho autoridade porque, desde que publiquei meu primeiro livro, tenho sido sistematicamente atacado.

Creio que qualquer pessoa em seu juízo normal sabe que, a partir do momento em que sua carreira se torna pública, está exposta a ter sua vida esquadrinhada, suas fotos publicadas, seu trabalho louvado ou enxovalhado pelos críticos. Isso faz parte do jogo e vale para escritores, políticos, músicos, esportistas. Nem sempre essas críticas são justas e, muitas vezes, descambam para ataques pessoais.

Recentemente, um jornalista da mais importante revista brasileira disse que "Paulo Coelho não é apenas mais um mau escritor: seu obscurantismo é nocivo. Não se deve perdoá-lo pelo sucesso". Não sei o que estava propondo com essa frase, e não me interessa. Poderia alegar que minha honra está sendo atacada, que me acusa de ser um perigo para meu país, que deseja que eu seja preso. Mas vejo essas diatribes com outra ótica: elas fazem parte do jogo. A única coisa que não faz parte do jogo é a calúnia, e, pelo que me consta, isso não foi tema da ação judicial que levou à proibição de "Roberto Carlos em Detalhes".

Até hoje, desde que publiquei "O Diário de um Mago", há 20 anos, vi milhares de críticas negativas, mas apenas duas ou três calúnias a meu respeito, graças a Deus. Não me dei ao trabalho de contra-atacar porque não achei que valia a pena, embora me reserve esse direito se algo muito sério acontecer. Recentemente, em um jornal espanhol de primeiríssima linha, simplesmente inventaram uma resposta a uma pergunta a que havia me recusado responder. Claro, enviei uma carta ao diretor, e o jornalista teve que arcar com as conseqüências.

Estou pronto para defender minha honra, mas não vou perder um minuto do meu dia telefonando para um advogado e procurando saber o que faço para defender minha vida privada, já que ela não mais me pertence.

Diz o velho ditado: "Quem está no fogo é para se queimar". Eu acrescento: Quem está no fogo é para ajudar a fogueira a brilhar mais ainda. Não adianta o meu editor declarar que fez o acordo "porque o contexto era desfavorável". Ele precisa vir a público explicar qual é esse contexto -ou seja, se estamos falando de calúnia. Neste caso, tem meu apoio integral, pois calúnia é sinônimo de infâmia. Mas, caso contrário, está colaborando para que comece a se criar um sério precedente -a volta da censura.

Roberto Carlos tem muito mais anos na mídia do que eu; já devia ter se acostumado. Continuarei comprando seus discos, mas estou extremamente chocado com sua atitude infantil, como se grande parte das coisas que li na imprensa justificando a razão da "invasão de privacidade" já não fosse mais do que conhecida por todos os seus fãs.

Também continuarei sendo editado pela Planeta, pois temos contratos assinados. Mas insisto: gostaria que minha editora, dinâmica, corajosa, se instalando agora no Brasil, explicasse a todos nós, brasileiros, o que significa esse tal de "contexto desfavorável".

Desfavorável é fazer acordo a portas fechadas, colocando em risco uma liberdade reconquistada com muito sacrifício depois de ter sido seqüestrada por anos a fio pela ditadura militar.

E não entendo por que você, Paulo Cesar Araújo, "se comprometeu a não fazer, em entrevistas, comentários sobre o conteúdo do livro no que diz respeito à vida pessoal do cantor" (Ilustrada, 28/4). Não é apenas o seu livro, cujo destino foi negociado entre quatro paredes, que está em jogo. É o destino de todos os escritores brasileiros neste momento.

Não sei se vou ter as explicações que pedi. Mas não podia ficar calado, porque isso que aconteceu na 20ª Vara Criminal da Barra Funda me diz respeito, já que desrespeita minha profissão de escritor.
O clipping foi cortesia do meu amigo Diego de Godoy, que não tem site nem blog, por isso não ganha link aqui. (Eu não leio a Folha.)

Aliás

Ontem fez um ano que mudei o blog para este endereço. Desde então somei, somamos mais de 18.500 acessos. Uma média superior a 1.500 por mês. Gracias, queridos 17 ;-)

(Pseudo) Festival Woody Allen

  1. Amigas com dinheiro, com Jennifer Aniston, Catherine Keener, Frances McDormand e Joan Cusack. Um sub Woody Allen com uma bela Frances McDormand. Melhor esperar passar na TV paga.
  2. Match Point. Um Woody Allen honesto. Vale o aluguel.
  3. Because I Said So, porque me nego a usar o ridículo título em português (Minha mãe quer que eu case), com a melhor das musas do Woody Allen. É engraçadinho, mas se a grana está curta, dá para esperar sair em DVD.
Todos no feriado.